Privatização da CEEE preocupa colegiado da União Gaúcha

A intenção do governo estadual de privatizar a Companhia Estadual de Energia Elétrica (CEEE) do Rio Grande do Sul tem levantado preocupações aos conselheiros da União Gaúcha em Defesa da Previdência Social e Pública. Nesta segunda-feira (23/11), o colegiado esteve reunido para debater os problemas técnicos que envolvem a venda da companhia. Na última semana, o governo fez movimentações importantes para efetivar a entrega da empresa à iniciativa privada, como o rompimento com o fundo de aposentadoria dos funcionários. A União Gaúcha sustenta que há alternativa para a estatal, pois existe uma disputa de R$ 8 bilhões com a União e a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).

O ex-presidente da CEEE e especialista em administração financeira Gerson Carrion de Oliveira considera que há um planejamento de definhamento para privatizar a companhia, que já registrou uma redução de 42% em investimentos. O servidor público, que possui 40 anos de atuação no setor elétrico estadual e nacional, pondera que falta uma auditoria fiscal profunda na autarquia. “Existe solução para a CEEE, e não é de hoje”, criticou. 

Para o desembargador e ex-presidente do Tribunal de Justiça do Estado (TJRS) Luís Felipe Silveira Difini a venda da CEEE gera muitas dúvidas para a população gaúcha, devido à ausência de transparência por parte do governo do Estado. A partir dos apontamentos realizados na reunião, a União Gaúcha deliberou que buscará aplicar as ações populares contra a privatização e tentará uma aproximação com a Famurs, que representa os interesses dos municípios.

O presidente da Associação dos Servidores da Justiça (ASJ), Paulo Olympio, destaca que a privatização da CEEE mostra a intenção do governo estadual em entregar as concessões públicas ao ambiente privado, tirando o poder decisório das mãos dos gaúchos. Além disso, a falta de esclarecimentos das contas da companhia abre precedentes para questionar como o processo de venda está sendo efetuado. “A privatização está sendo realizada sem a presença dos gaúchos e servidores nessa decisão, mostrando que o governo não deseja incluir a representatividade da população nessa privatização”, pontua.

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