CPERS e demais entidades pressionam deputados por reposição de 10,06% a servidores



Dirigentes do CPERS e representantes do funcionalismo público das três esferas entregaram aos deputados(as) da Assembleia Legislativa (AL), na manhã desta terça-feira (12/4), um documento reivindicando o índice de 10,06% de reposição para todos os servidores(as) estaduais.

A pressão aos parlamentares foi definida em reunião da Frente dos Servidores Públicos (FSP/RS), a qual o CPERS integra, na última quinta-feira (7/4).

Durante as visitas aos gabinetes, a comitiva ressaltou as perdas dos servidores(as), que em sua maioria amargam mais de sete anos sem reajuste e com o poder de compra corroído por quase 59% de inflação. Neste período, tudo aumentou, menos a valorização salarial.

Em conversa com o líder do governo na casa, Frederico Antunes (PP), a presidente do CPERS, Helenir Aguiar Schürer, cobrou uma reunião com o novo governador Ranolfo Vieira Júnior (PSDB) para tratar do tema.

“Já enviamos ofício à Casa Civil e ainda não obtivemos retorno. Essa pauta é uma questão de sobrevivência para todo o funcionalismo e o governador, por ser servidor público, precisa tê-la como prioridade”, destacou a presidente.

Frederico garantiu que levará o pedido a Ranolfo Vieira Júnior para que a reunião com os servidores(as) ocorra em breve.

Ataque contra o funcionalismo público gaúcho

Em seu último ato como governador, Eduardo Leite (PSDB) protocolou na AL o projeto que prevê um reajuste geral de 6% no salário de todo funcionalismo estadual. O projeto tramita em regime de urgência e a partir do dia 3 de maio passa a trancar a pauta de votações.

No documento, entregue pelos servidores(as), consta um estudo do Dieese que, entre outras ponderações, destaca que de acordo com o INPC/IBGE, a inflação acumulada – entre novembro de 2014 e março de 2022 – chega a 58,96%. A análise demonstra, portanto, que os servidores(as) do Estado, da ativa e aposentados(as), já perderam mais da metade do seu poder aquisitivo.

Outro ponto de extrema relevância apontado na análise do Dieese, é o preço da cesta básica, que no mesmo recorte temporal, com base nos custos médios da Capital, aumentou de R$ 342,62 para R$ 734,28; o equivalente a 114,3%. O texto entregue aos deputados(as) atenta para o fato de que os alimentos têm um peso maior no orçamento daqueles que ganham menos.

Para deixar ainda mais claro o descaso do governo com a situação de miserabilidade da categoria, foi entregue também a cópia de dois contracheques de funcionários(as) de escola, que recebem o salário base de R$ 620,72, menos que um salário mínimo.

“Os 6% não recuperam sequer 1% de cada ano em que não tivemos reajuste. E o ataque às nossas carreiras também fez com que o governo pegasse o dinheiro que agora nos falta. Estamos aqui com a pauta unitária dos servidores pedindo que a reposição seja de 10,06%”, destacou Helenir, em conversa com os parlamentares.

Outro ponto comum na luta dos servidores(as) é a defesa intransigente do IPE Saúde de qualidade para todos(as). No próximo dia 26, às 9h, haverá um ato unificado em frente ao Instituto (Av. Borges de Medeiros, 1945, Praia de Belas – Porto Alegre) para marcar a resistência contra o sucateamento da autarquia.

Texto: Cpers
Foto: Cpers/ Divulgação

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