Últimos dias para conferir exposição sobre a escravidão

Os visitantes têm só mais alguns dias para conferir a exposição “A Justiça no Cotidiano do Escravo”, no Memorial do Judiciário do RS, em Porto Alegre. A mostra, que será encerrada ainda antes do Carnaval, apresenta a relação entre o Poder Judiciário e a escravidão, relatando por meio de peças processuais e objetos a realidade da sociedade brasileira no período de 1840 a 1888.

 

Segundo a coordenadora do Memorial do Judiciário do RS, Mary Biancamano, foi por meio de processos que se descobriu detalhes da relação ambígua que situava o escravo na condição de sujeito e, ao mesmo tempo, de objeto. Os registros comprovam que os escravos eram parte do patrimônio e, por isso, constavam em inventários, mas também tinham direitos e, não raramente, buscavam a Justiça.


Documentos comprovam como os escravos recorriam à Justiça pelo direito à Liberdade e como eram penalizados pelo descumprimento de regras. Entre as peças inusitadas que podem ser visualizadas estão livros de registros de filhos de escravos nascidos após a Lei do Ventre Livre e sentenças em que os juízes determinavam o período de uso de gargalheiras (uma espécie de coleira de ferro com amarras).


A exposição “A Justiça no Cotidiano do Escravo” foi aberta ao público em maio de 2014 e é um trabalho de pesquisa da equipe do Memorial do Judiciário com apoio do Arquivo Judicial e do Museu Júlio de Castilhos. A previsão é seguir roteiro pelas comarcas do Interior do Rio Grande do Sul. Segundo a coordenadora, a visitação de servidores do Poder Judiciário ainda é pequena e deve ser estimulada. “Ainda dá para ver”, pontua.
 
Dias e Horários: de segunda à sexta-feira, das 9h às 18h.

Localização do Memorial do Judiciário:
Andar térreo do Palácio da Justiça - Praça Mal. Deodoro, 55 - Centro Histórico de Porto Alegre

Contatos: (51) 3210-7313

Justiça determinava quantos dias escravos deveriam usar a gargalheira

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